O viageiro a traves do tempo e o
Homem invisível
Viajar no tempo e se tornar invisível são temas que
alimentam a imaginação do mundo, temas que, de algum modo, relacionam ao homem
com a ruptura e a linearidade da existência.
O próprio autor comenta, “toda sociedade tem que mudar
aquela que não muda esta morta”.
Para a religião e para a política a arte deveria
servir interesses não apenas estéticos.
A religião pensa que ela teria que estar inspirada
em motivos sagrados e para a política a arte teria que ser necessariamente uma
ferramenta para o desenvolvimento ou para a divulgação dos ideais.
Alguns artistas, pelo seu lado defendem uma arte
que apenas de conta de valores estéticos embora exista a possibilidade de que a
obra tenha também um valor didático.
No caso da narração de Wellls, ele consegue realizar uma arte apenas com finalidades
estéticas (uma mera aventura fantástica) e ao mesmo tempo constrói uma metáfora
de um futuro provável da humanidade fazendo um paralelo com a luta de classes.
O romance lembra ao Jonathan Swift que já em mediados de 1600 escrevia “As
viagens de Gulliver” , uma aventura aparentemente infantil mais que constitui
uma das criticas mais amargas que se escreveram contra a sociedade e a condição
humana.
George Wells, britânico de
nascimento é considerado junto ao Julio Verne um dos precursores do romance de
ciência ficção.

O romance
No final do século XIX um cientista
convida aos seus amigos para mostrar suas experiências com a “quarta dimensão”
(o Tempo)
Conta pra eles como construiu uma
máquina com a qual conseguiu viajar até o ano de 802.701, conhece assim uma sociedade habitada por dois
tipos de humanos, os “ Eloi” que vivem na superfície da terra e que
aparentemente tem todos o que desejam e os “Morlocks” que vivem nas sombras.
Com esta imagem parece querer nos convidar a refletir
sobre as deformações que podem acontecer no desenvolvimento da ordem
estabelecida e como a desigualdade pode criar contradições capazes de ameaçar o
convívio e a paz social, em outras palavras a polarização social como algo fatal gerado pelo próprio sistema.
Voltando com a historia, a máquina do
tempo que o transportava foi roubada pelos Morlocks e o protagonista se vê
obrigado a conviver naquele mundo, sem conhecer a língua,, nem os perigos do lugar, consegue sobreviver
durante seu convívio até que ajudado por Weena , uma Eloi, da qual se apaixona,
encontra num antigo museu (um palácio de porcelana verde) ferramentas
para encontrar e recuperar sua máquina do tempo , vencer aos Morlocks e retornar sua viagem.
Consegui reconquistar a nave e no
final viaja avançando no tempo milhões de anos, chega à outra época e vê como o
sol se detém sobre o céu num crepúsculo eterno e como criaturas gigantes ameaçam
sua existência.
Volta para a sua era e narra todas
esta historia com detalhes para seus amigos... apenas duas flores brancas deixadas por
Weena no seu bolso e alguns ferimentos é o que resta , como prova fática, da sua experiência no alem.
No cinema
O romance inspirou vários filmes ao longo da historia
do cinema, podemos destacar a de George Pat em 1960 e a de um dos descendentes
do autor, Simon Wells no ano de 2002.
Reflexão final
A ideia de viajar no tempo é algo que
fascina a imaginação do homem, a possibilidade de se locomover pelo futuro e
assim saber o que vai acontecer é algo que de algum modo nos traz uma espécie
de domínio do percurso, do desconhecido, do conhecimento do sentido do que há
de vir.
A narração veemente do protagonista
narrando a viagem cria um contraponto interessante com o olhar acético dos seus
amigos que, no contexto. representam o olhar do mundo científico da época
(psicólogo, médico, etc).
Recomendo este livro para iniciar as
pessoas no fascínio pela literatura já que nesta narração encontramos o clima
de aventura propicio para encantar a fantasia prematura, própria do mundo juvenil.
Este foi o primeiro livro que o Borges leu.
Este foi o primeiro livro que o Borges leu.
O lado profético do conto é algo
pessimista e as imagens parecem sair de alucinações ou pesadelos, Wells entre
muitas coisas, com sua obra, nos mostra seu talento e a genialidade da sua
imaginação
O homem invisível
O homem invisível (The Invisible Man no original- 1897), a ideia de se tornar invisível transforma um homem simples que procurava um determinado
objetivo cientifico em outro homem que ao descobrir as vantagens do seu estado
(poder se esconder e matar sem ser percebido ) se propõe dominar o mundo.
O livro inspirou vários filmes,
um dos mais famosos é de 1933 e pela sua fidelidade e beleza da sua realização acabou se
transformando em um clássico do cinema de terror e ciência ficção.
Borges fala que em Wells o patético
não é menos importante que a fábula.
A trama

Fica invisível e em esse estado
chega assim, fantasiado com vendas, perucas e chapéus que escondam seu estado para
se refugiar numa pacata cidade onde finalmente é descoberto.
Sua personalidade fria e mal-humorada
se desdobra, com sua ambição em facetas assassinas até que
finalmente é pego no seu percurso de roubos e maldades colocando um fim a seu comportamento inconsequente..
O texto
o estilo
o estilo
Existe um lado bem humorado no autor em relação a como organizar a obra, cada capítulo trata de um tema determinado (com duração de algumas páginas) e de repente inclui um capitulo diminuto onde narra apenas o espanto de uma pessoa ao se sentir ameaçado pelo homem invisível só para quebrar o ritmo do relato só para mostrar um movimento lúdico
Em relação as imagens, O autor com
um texto delicioso nos conta as peripécias de Griffin (o protagonista) para
sobreviver , se vestir, comer...era inverno e seu corpo era invisível mais sua
roupa não.
Lutas e
perseguições alimentam o ritmo narrativo , uma leitura maravilhosa para que
gosta de literatura de qualidade aliada a uma temática ‘B’.