Esquilo.
Os Persas.

Para nos situar, os persas desde Ásia atravessam o estreito
de Helosponto e atacam Grécia por terra e por mar; o ápice da invasão se dá na
batalha de Salamina. O exercito grego com uma inferioridade numérica abismal
consegue conter o ataque naval comandado por Jerjes e ganhar a guerra, Jerjes,
rei da Pérsia, volta humilhado ao seu reino.
O drama.
Esquilo se coloca desde a perspectiva dos persas narrando a
historia basicamente desde o olhar de Atossa , mãe de Jerjes.
Este posicionamento no meu entender é um dos pontos
importantes da tragédia por que Esquilo coloca aqui seu lado humanista expondo
a dor dos que agrediram sua terra.

A metáfora indica como uma das mulheres ( a grega) não
aceita o jugo persa se revelando contra a dominação.
Na mesma cena, já acordada, Atossa em quanto faz libações, presencia
uma águia que fugia de um templo de Apolo ao mesmo tempo em que um falcão
aparece no céu dilacerando a cabeça da ave.
Aqui temos uma das marcas presentes na antiguidade, na época
se acreditava que os deuses se comunicavam em uma linguagem simbólica com os
homens, isto é, por meio de sonhos ou de situações aparentemente casuais.
A tragédia continua com
a chegada de um mensageiro anunciando a derrota persa: ”Como de um só golpe, foi destruída una imensa
felicidade, desapareceu pisoteada a flor da Pérsia ! Ai de mim! É uma desgraça
ser o primeiro em anunciar estas calamidades ”.
O
mensageiro alivia Atossa anunciando que seu filho sobreviveu: “Jerjes vive e vê
a luz”.

No
final da tragédia Jerjes lamenta a perda e assim como no sonho de Atossa rasga
suas vestiduras.
No
plano da relação com os deuses ou com um destino superior, fica claro como para
os antigos existia uma Necessidade que os fatos aconteçam de determinado modo.
Dario diz a Atossa (referindo-se a seu filho) que: “Zeus reservou para si mesmo
a incumbência de castigar quem ofendeu as divindades atrevendo-se a
insultá-las”.
Esquilo tem ainda o mérito de tomar uma distancia artística para escrever em forma de ficção fatos autobiográficos. A
tragédia os Persas narra de forma poética fatos reais incrementados por cenas
simbólicas como a dos sonhos de Atossa ou a aparição de Dario, como destacamos no começo , fora todas as
outra virtudes, o fato de que ponto de vista do narrador seja a dor persa
incorpora humanidade ao relato.
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