A Dançarina de Izu.
O conto poético de Yasunari Kawabata faz honras ao
pensamento que valoriza a brevidade e a beleza.
Em 60 paginas o autor nos revela impressões da natureza, dos
sons do tambor, dos gestos do amor fugaz e do efêmero dos sentimentos juvenis.
A delicadeza narrativa reflete bem a concepção singela da
arte oriental.
A edição brasileira da editora “Estação Liberdade” traz alem
do conto um capítulo feito com extrema delicadeza pela professora Meiko Shimon
dedicado a descrição da literatura japonesa do século XX no qual se insere Kawabata e por fim uma
cronologia sobre sua vida.
O autor.
Uma vida marcada por perdas fundamentais na sua infância não
impedem que o autor realize uma vida artística brilhante com todo esse desamparo.
Sua obra chega a conhecer a celebridade ao ganhar o premio
Nobel de literatura.
Sua concepção de arte o leva a valorizar a “beleza revelada
na fragilidade e fugacidade da impermanência”.
A historia.
Um estudante de 19 anos viaja pelo interior do Japão se
hospedando em pequenas pousadas, no percurso conhece um grupo de artistas
peregrinos, compartilha o passeio com o grupo e desenvolve uma atração
platônica por uma artista de 13 anos.
O tema do amor impossível e o misterioso alimentam a
trama.
O pincel.
Neste conto a descrição das cores ganha uma importância
especial, Kawabata similar a um pintor fala de “pentes com cor de pêssego” e de
“arvores amareladas”; ou nos apresenta imagens sonoras como : ”as vozes das mulheres
pareciam trovões atravessando o céu azul”.
A sexualidade sutil passa do olhar malicioso ao sorriso
purificador: “Observando suas pernas senti meu coração em êxtase , era uma
criança exibindo seu corpo ao sol, tomado por um caloroso prazer , continue a
sorrir “.
Teve várias versões
cinematográficas, sendo a primeira de 1933, sob a direção de Heinosuke Gosho. Aqui
o link do filme
Recomendo esta pequena grandiosa obra de arte.
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