terça-feira, 17 de janeiro de 2012


Edgar Allan Poe
A mediados do século XIX Edgar Allan Poe tentava sobreviver nos Estados Unidos, como descreve Baudelaire na introdução da suas obras completas, da sua vocação artística e de seu amor insaciável pelo Belo.
O seu poema mais famoso “O Corvo” foi traduzido por Fernando Pessoa, só para nomear um dos seus admiradores.
Cortazar confessa ter traduzido Poe para aprender literatura.
Poe é descendente da tradição da literatura clássica, de nomes como homero, Milton, Jonathan Swift (autor das viagens de Gulliver) e sobe gravitar em autores como Jorge Luis Borges e Machado de Assis só para nomear alguns dos mais conhecidos.
Ele não escreve como um americano, escreve como um artista, por momentos parece um francês, um inglês ou apenas um habitante do mundo.
No ensaio intitulado “Filosofia da composição” ele se propõe falar sobre a criação e nele podemos encontrar elementos que desmistificam o fazer artístico como algo produzido por um frenesi mágico, ao contrario, ele expõe que os seus verdadeiros propósitos só são alcançados depois de cautelosas seleções e rejeições.

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Tinha lido sua obra á alguns anos e agora me propus voltar a ele .
A parte mais conhecida ..seus contos policiais, têm o valor do inaugural, ele realmente colocou o conto policial na altura de uma obra de arte e foi o antecedente mais claro de personagens como Sherlok Holmes e autores como Agatha Christie. Sua obra de terror é realmente uma seqüência de mórbidos relatos que chegam a produzir verdadeiros pesadelos apenas ao lembrar as cenas macabras que ele descreve, como no final do conto “Berenice” onde o protagonista arranca os dentes do cadáver de sua amada para lembrar eternamente do seu sorriso.
Os contos poéticos são realmente o louvor à sensibilidade e a Beleza como um todo, são cinco contos reunidos baixo o titulo de “impressões paisagísticas”.
Queria lembrar , também, de algumas historias fantásticas onde Poe evidencia o seu conhecimento marítimo e a sua queda pelo relato de aventuras fabulosas, a narrativa de “Artur Gordon Fym”, por exemplo nos lembram o Simbad das “mil e uma noites”.
Contos fantásticos que antecedem ao Julio Verne onde mistura humor e um relato pormenorizado de um alucinado que inventa uma historia na qual ele foi a lua e voltou publicado com o nome da “balela do Balão”.
Mais queria e mesmo me reter numa faceta mais silenciada ou menos divulgada do Poe: “Os contos humorísticos” que penso, são verdadeiras jóias da ironia, do sarcasmo, do absurdo e da inteligência humana.
Posso falar de vários, “como escrever um artigo á moda Blackwood” onde uma mulher “ingênua” que quer entrar para o mundo dos holofotes, busca conselhos de um suposto literato para publicar em revistas de impacto. Ele lê sugeri toda uma seria de baboseiras entre as quais podemos destacar: fazer citações e presumir erudição, impressionar, etc... e depois, a protagonista, escreve o artigo seguindo as indicações do mestre e o publica, o que resulta, uma verdadeira zombaria ao mundo das editoras e do “fácil fazer”.
Outro: “O sistema do Dr. Abreu e do Professor Pena” onde ele ri dos métodos psicológicos que permitiriam aos loucos fazer o que bem entenderem.
Por último uma verdadeira jóia “Xizando um artigo” (tal vez um precedente do universo do Garcia Márquez) que conta a historia de um lugar singelo qualquer, onde existe, no meio daquela pasmaria, uma Gazeta que publica as “novidades” de aquele lugar perdido no mundo, sem que ninguém se importe com aquilo. Ate o dia em que chega um outro editor no povoado com espírito provocador, incendiário e inaugura um novo jornal chamado “Bule de chã” e a partir disto se produz toda uma serie de afrontas entre as duas publicações.
Uma acusando a outra de “gênio” e a outra (a Gazeta) de pomposo e de se utilizar muito de frases de efeito.. fala: -Não acreditamos que esse vagabundo não consiga escrever uma palavra sem a letra “O”, Oh sim.. Oh... compreendemos...
Os insultos se seguiram ate que o dono do jornal “Bule de chã” partiu para o tudo o nada e escreveu uma editorial derradeira chamando ao outro de porco, bobo, velhote, etc.
Mais quando o tipógrafo foram a compor o manuscrito para sua impressão sentiram falta da letra “O” entre as letras da impressora e ate suspeitaram que um dos empregados do jornal a Gazeta poderia estar por trás deste sumiço.
Ai o empregado da gráfica pensou: nenhuma pessoa neste lugar se importa com o que se publica neste jornal, vou trocar o “O” pero “X” e ninguém vai sentir sua falta.
O artigo saiu publicado de modo que não se entendeu nada: - pxcx,bxbx,velhxte....
As pessoas de aquele povoado tão acanhado pensaram que tinham na sua fronte um artigo místico e cabalístico e que alguma traição diabólica ele escondia.
Decidiram queimar a sede do “Bule de Chã” mais ninguém foi encontrado foram então a descarregar sua fúria contra a o responsável pela Gazeta mais também nada foi feito.
A cidadezinha, por fim, voltou ao normal.





terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Existe uma linha ou um acordo ou algo em comum entre todas as artes
A musica, a literatura, as artes plásticas..aqui vai o exemplo de
como Paul Klee pode expressar com sua arte belas imagens que podem inspirar
melodias, poemas o emoções...