segunda-feira, 29 de abril de 2013

Frankenstein o moderno Prometeu

Frankenstein



Lá pelos anos 60, na minha mais remota infância (4 anos), os filmes de terror me amedrontavam... confesso que os próprios cartazes produziam fantasias esquizóides na tua cabeça... depois na pré-adolescência (aos 10) comecei a me animar a ler revistas que incluíam cenas de terror e depois, por fim (aos 12), assistir no cinema filmes de Drácula, de Frankenstein, de múmias, monstros em geral...
Nunca, com alguma vocação perversa ou de necrofilia, apenas para enfrentar aquele primeiro sentimento de medo que tive na infância e também pelos climas de suspense que se criavam na minha frente onde tudo o que pudesse acontecer sempre era desafiante.
Um tio meu (Julio Rutigliano) que conhecia técnicas de maquiagem chegou a me fantasiar de Frankenstein nos anos 70 (aos 17) numa das comemorações de Carnaval.

Tenho que confessar minha preferência pelos filmes de Frankenstein , lembro-me que os interpretes eram muito bons Boris Karloff (como mostro) Vincent Price (como o Doutor), Peter Lorre como um ajudante corcunda, ele era o coadjuvante mais perfeito que Hollywood acha criado.
(Na foto Vincent e Peter lado a lado).
Mais tarde Peter Cushing e Cristopher Lee encarnaram ao mito.
Reconheço que estamos no patamar dos chamados filmes “B”, filmes “pipoca” ou filmes apenas “entretenimento” que nos produze apenas distração, mais pela calidez da lembrança e pela minha credulidade, na época,. reconheço também que aquilo me produze até agora, verdadeiro fascino.
Depois (aos 23) quando comecei a estudar mais seriamente literatura me detive a ler o livro original de Mary Shelley como algo que pertencia aquele mundo cálido e ingênuo.
Ela não era uma eximia autora mais foi capaz de inaugurar um mito, um personagem histórico fato que não é nada desprezível para o currículo de um escritor.
O livro em questão tem um subtítulo sugestivo: “Frankenstein , O moderno Prometeu”.
Prometeu na tradição grega simboliza aquele que adquiriu a ciência, o fogo, o poder divino,em outras palavras: o conhecimento.
No conto, um cientista, desafiando a imortalidade humana, cria um ser dotado de muita força física mais com um aspecto aterrador, pela rejeição que produzia é condenado ao destino obscuro da solidão, .na tentativa de resolver seu conflito. tenta convencer a seu criador a lê dar uma companheira para poder compartilhar sua existência.
O homem na busca da sua plenitude, da sua completude.
Este é o tema, o assunto do romance mais o fato é que isto se converteu em mito, assim como Fausto é referencia, quando se fala  sobre o tema de um homem vender a sua dignidade ou como o Quixote quando se cita alguém idealista de mais, do mesmo modo Frankenstein é um mito na literatura no sentido de ser uma criatura que escapa do poder do seu criador.
Na realidade este livro, que se converteu em lenda, surgiu numa noite chuvosa um 16 de junho de 1816 na Alemanha. Encontraram-se arredor de una lareira, conversando y bebendo vinho, Percy Bysshe Shelley (marido de Mary Shelley), Lord Byron, Claire Clairmont (a mulher do poeta) e John W. Polidori, médico e escritor. Ao parecer, em algum ponto de esse encontro, cada um dos concorrentes assumiu o compromisso de escrever uma historia de terror. Fies ao acordo, cada qual iniciou a sua. Mais, os únicos que concluíram foram Mary Shelley e Polidori, quem depois publicaria o conto “O vampiro”.. 
Fala-se também que, essa noite, Mary Shelley teve um pesadelo no qual um estudante obsessivo com a criação de vida artificial acorda e contempla horrorizado á seu espantoso engendra. Á partir de esta horrível visão, a autora se abocou na construção da prometida narração de terror. 

Para alguns, Frankenstein, o moderno Prometeu é a primeira obra de ciência ficção; para outros, é uma das grandes novelas góticas. Tem os temas clássicos que inspiram todas as tragédias, os dois grandes mistérios humanos: a morte e o amor.
É curioso observar como o que ficou na memória (ver o cartaz) é um mostro que deambula pelas ruas trazendo inquietação às pessoas.
Na realidade a criatura acorda pura e encontra no seu percurso rejeição. Em duas ocasiões, na ingenuidade de uma criança e na inocência de um cego é que encontra acolhida, mais estas são interrompidas pela ameaça que sua imagem causa.

  Quero deixar claro que a criatura em sim não era mal, ou não tinha nenhum sentimento de
  provocar dano ou dor a ninguém.
Apenas não tinha rumo, era uma paria no mundo... a sua vida era marcada pelo desagrado, pela repulsa que produzia nas pessoas.

Aqui nesta foto ele tentando um dialogo com uma menina até que pessoas que presenciam a cena o afastam temendo que ele pudesse fazer dano a criança.
Triste, condenado ao despreço pelo mundo todo a criatura Frankenstein encara a seu criador e pede uma companheira, alguém com que dividir sua vida...
O Doutor se nega a perpetuar o que para ele foi um equivoco e o romance se despede deixando varias questões no ar.
É importante falar que no imaginário de todo o mundo não passa pela cabeça um homem solitário, um homem que procura apenas se aproximar das pessoas e que encontra rechaço e negação a cada intento.
O mito, na sua falta de integração procura uma saída e então decide procurar a seu criador e pedir uma companheira..em poucas palavras uma: mulher.
Por isso é que existem continuações fictícias da historia original como “A mulher de Frankenstein” ou “A noiva de Frankenstein”..

(Aqui na foto uma cena com Boris Karloff).
Para finalizar queria falar sobre o que o mito produziu na historia da humanidade em termos de ficção, de imagens, de fantasias de desdobramentos gráficos, de filmes comedias, desenhos....aqui me despido mostrando alguns cartazes da época.


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Poema do Dylan Thomas citado por Cortazarno El Perseguidor


En las Bodas de una Virgen de Dylan Thomas 

Al despertar, sola en una multitud de amores, cuando la luz de la mañana
sorprendía en sus ojos largos como la nocheel dorado ayer de él, dormido sobre el iris
y el sol de este día saltaba al cielo desde sus muslos
la milagrosa virginidad era tan vieja como los peces y los panes,
aunque el momento del milagro sea un relámpago sin fin
y los astilleros de las pisadas de Galilea escondan una flota de palomas.

Las vibraciones del sol ya no desearán
su almohada profunda como el mar donde una vez, a solas celebrara su boda.
su corazón todo ojos y oídos, los labios que atajaban la avalancha
del fantasma dorado que cercaba de arroyos su hueso mercurial,
el que bajo los aleros de sus ventanas alzó su dorado equipaje
porque un hombre duerme donde el fuego cayó y ella aprende a través de su brazo
ese otro sol, ese correr celoso de la sangre que no tiene rivales.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Julio Cortázar 
Desespérame!

No me des tregua, no me perdones nunca.
Hostígame en la sangre,
que cada cosa cruel sea tú que vuelves. 

¡No me dejes dormir, no me des paz!
Entonces ganaré mi reino,
naceré lentamente.

No me pierdas como una música fácil,
no seas caricia ni guante;
tálame como un sílex, desespérame!

París, 1951-1952

terça-feira, 9 de abril de 2013


 Entrevista de Julio Cortazar sobre o conto "El perseguidor" (sobre a vida de Charlie Parker).

 

JC: Vos sabés que en El perseguidor hay un episodio en donde Johnny cuenta cómo el tiempo queda abolido. Bueno, eso es absolutamente autobiográfico. Y además no solo me sucedía en la época en que escribía “El perseguidor” -y que en ese momento, en el orden del cuento me vino bien, entró esa intuición que tiene Johnny- sino que me sigue sucediendo. Por ejemplo, hace tres o cuatro días volví por el lado de la Place d’Italie, en el metro, y tenía que llegar hasta aquí, a la Gare de l’Est. Estaba en un estado de cansancio, de mala salud, como sabés, y muy distraído. Los estados de distracción (eso que se llama distracción) son para mí estados de pasaje, favorecen ese tipo de cosas. Cuando estoy muy distraído, en un momento dado es ahí por donde me escapo.
Bueno, el otro día me pasó exactamente lo mismo en el metro. Entré en el metro, me senté, el metro echó a andar y yo empecé a pensar. Era el final de una conversación con un amigo; seguí pensando, le di vueltas a la cosa y aparecieron episodios del pasado, una serie de imágenes. El solo hecho de que yo te lo esté contando así ya está llevándonos unos cuantos segundos, ¿no? Pero eso siguió y siguió. Yo no tenía ningún control de tipo temporal, simplemente estaba perdido en una meditación. Y en un momento determinado sentí el golpe de los frenos, el tren se detenía. Miré la estación, suponiendo que ya debía estar muy cerca de la Gare de l’Est. Y era la primera estación después de aquella en que yo lo había tomado.

OP: Que si no me equivoco se llama Campo Formio.

JC: Sí. Es decir, se trata exactamente del mismo episodio de Johnny. Con un poco de trabajo yo podría reconstruir todo lo que pensé. Y te aseguro que en nuestro tiempo, en el que podemos medir con este reloj, eso nos llevaría por lo menos diez minutos. Y yo sé perfectamente que entre esas dos estaciones hay un minuto. Entonces, hay una especie de superposición de tiempos diferentes, que yo no puedo utilizar. Ojalá pudiera utilizarlos. Lo he pensado muchas veces con nostalgia, porque si yo pudiera multiplicar mi tiempo sería casi como ganar una especie de inmortalidad.

…………………..

OP: Exactamente. Ahora bien, si pasamos de estos cuentos tuyos a “El perseguidor” se nota como una especie de ruptura. Tú dijiste en otra entrevista que no es ahí que tuviste por primera vez conciencia del peso, de la gravitación de un personaje, pero sí que en este cuento lo que importa es el personaje, que empezaste a tener una mayor visión existencial de la literatura. Lo que puede parecer paradójico es que tú no conociste al personaje en cuestión, a Charlie Parker.

JC: No, yo no lo conocí personalmente, aunque sí estéticamente, porque me tocó vivir en el momento en que Charlie Parker renovó completamente la estética del jazz y después de un período en que nadie creía y la gente estaba desconcertada por un sistema de sonidos que no tenía nada que ver con lo habitual, se dieron cuenta de que allí había un genio de la música. Y entonces la anécdota de ese cuento es la siguiente: a mí me perseguía desde hacía varios meses una historia, un cuento largo, en el que por primera vez yo me enfrentaba con un semejante. Porque la verdad es que, como decís vos, hay una ruptura en “El perseguidor”.
En todos los cuentos precedentes, los personajes pueden estar vivos, pueden comunicarle algo al lector, pero si se analiza bien -es como en los cuentos de Borges- los personajes son marionetas al servicio de una acción fantástica.

OP: Son cuentos de situaciones.

JC: Claro. Cuentos en los que los personajes están situados, cada uno de ellos, pero no son lo determinante del cuento. Con una que otra excepción. Antes de “El perseguidor” yo ya había escrito algunos cuentos que no tienen nada de fantástico , que son muy humanos, como “Final del juego”. Eso ya eran caminos que se me iban abriendo. Pero la primera vez que se me planteó eso que vos llamás existencial -y es cierto-, es decir el diálogo, el enfrentamiento con un semejante, con alguien que no es un doble mío, sino que es otro ser humano que no está puesto al servicio de una historia fantástica, en la que la historia es el personaje, contiene al personaje, está determinada por el personaje, fue en “El perseguidor”.
¿Por qué fue Charlie Parker? Primero porque yo acababa de descubrirlo como músico, había ido comprando sus discos, lo escuchaba con un infinito amor, pero nunca lo conocí personalmente. Me perseguía la idea de ese cuento y al principio con la típica deformación profesional, me dije: “Bueno, el personaje tendría que ser un escritor, un escritor es un tipo problemático”. Pero no me decidía porque me parecía aburrido, me parecía un poco tópico tomar un escritor.
Pensé en un pintor, pero tampoco me entusiasmaba mucho. Tenía que ser un individuo que respondiera a características muy especiales. Es decir, todo eso que sale de “El perseguidor”: un individuo que al mismo tiempo tiene una capacidad intuitiva enorme y que es muy ignorante, primario. Es muy difícil crear un personaje que no piensa, un hombre que no piensa, que siente. Que siente y reacciona en su música, en sus amores, en sus vicios en su desgracia, en todo.
Y en ese momento murió Charlie Parker. Yo leí en un diario una pequeña biografía suya -creo que era de Charles Delonnay- en la que se daba una serie de detalles que yo no conocía. Por ejemplo, los períodos de locura que había tenido, cómo había estado internado en Estados Unidos, sus problemas de familia, la muerte de su hija, todo eso. Fue una iluminación. Terminé de leer ese artículo y al otro día o ese mismo día, no me acuerdo, empecé a escribir el cuento. Porque de inmediato sentí que el personaje era él; porque su forma de ser, las anécdotas que yo conocía de él, su música, su inocencia, su ignorancia, toda la complejidad del personaje, era lo que yo había estado buscando.

OP: Lo que habías estado persiguiendo. El perseguidor eras vos.

JC: Sí. Pero si yo no hubiera leído esa biografía o esa necrológica de Charlie Parker, tal vez no hubiera escrito el cuento. Porque estaba muy perdido, no encontraba al personaje.

OP: Un escritor en busca de su personaje. Pero además, por lo que yo sé, tuviste otras dificultades.

JC: Hubo una doble dificultad. La primera me concierne a mí. Yo empecé a escribir “El perseguidor” profundamente embalado y escribí casi de un tirón toda la primera secuencia, esa que transcurre en la pieza del hotel, cuando Bruno va a visitar a Johnny y lo encuentra enfermo, con Dédée. Eso toma unas veinte páginas, es bastante largo. Bruno le deja algún dinero y se va, se mete en un café y trata de olvidarse, con la ambivalencia típica del personaje. Y ahí me bloqueé. Al otro día quise seguir el cuento y nada. Releí las veinte páginas y nada. Quedé totalmente bloqueado, me era imposible seguir.
Entonces metí todo eso en un cajón y pasaron tres meses, una cosa muy excepcional en mi trabajo de cuentista, porque a mí los cuentos me salen de un tirón. Pasaron tres meses, entonces, me dieron un contrato en las Naciones Unidas, en Ginebra. Tenía que pasarme tres meses en una pensión y me puse a sacar papeles. Entre ellos iban esas veinte páginas, pero yo no me di cuenta. Metí todo en una maleta y me fui. Hasta que un día, en la pensión, buscando no sé qué papel, salió eso. Después de tres meses vos te releés como si eso que estás leyendo fuera de otro, ¿no? Leí, y seguí, seguí, terminé las veinte páginas, me senté a la máquina, puse una hoja y en tres días terminé el cuento.
Nunca me he podido explicar la razón del bloqueo y mucho menos la razón de que haya podido empalmarlo. Pero creo que si yo no contara esto nadie se daría cuenta de que el cuento estuvo interrumpido.

OP: Yo creo que no hay ninguna censura y los críticos no han dicho nada al respecto.

JC: Las censuras son literarias, cada capítulo está escrito en un tiempo de verbo diferente. Está hecho a propósito, porque son alusiones musicales. Y salió así hasta el final. En cuanto a la segunda dificultad a la que aludiste, ocurrió que a mí el cuento me gustó mucho. Por esa época me fui a Buenos Aires y se lo di a leer a un amigo a quien yo le tenía plena confianza, era uno de esos lectores privados que tienen muchos escritores. Lo leyó y como era un tipo que no tenía pelos en la lengua me dijo: “Tiralo”.
“Tiralo; es demasiado largo”, me dijo. Y agregó: “No tiene sentido”.
Bueno, tuve la debilidad de desobedecerle y me traje el cuento de vuelta a París. Y entonces lo leyó Aurora (Aurora Bernárdez, la primera mujer de Cortázar) y le gustó enormemente. Esto no quiere decir que yo consulte mucho a otras personas; tal vez se trate de una extraña vanidad. Pero una vez que yo he conseguido lo que creo que tengo que conseguir, me importa un bledo que les guste o no les guste. De todos modos, lo di a leer a dos o tres personas. Ese cuento dio lugar a otro cuento largo, Las armas secretas, ahí ya se armó el libro y se publicó.

OP: Onetti me dijo que había sido uno de los primeros lectores de “El perseguidor” y que de inmediato te escribió una carta -él, que suele escribir muy pocas cartas- declarándote su total entusiasmo.

JC: Onetti hizo mucho más que eso. Esto que te voy a contar lo supe por Dolly Muhr (Dorotea Muhr, la mujer de Onetti). Onetti leyó “El perseguidor”, se fue al cuarto de baño de su casa y rompió el espejo de un puñetazo.

OP: Exactamente. Onetti nos contó eso un día a mi mujer y a mí, allá en Montevideo. Fue esa secuencia -vos empezás esa parte del cuento abriéndola con esa sola palabra, “secuencias”- de la muerte de Bee, la hija mayor de Johnny y Lan.

sábado, 6 de abril de 2013

El perseguidor
Cortazar escreve conto histórico sobre a vida de Charlie Parker e toca em vários assuntos importantes da vida e do fazer musical .
Num momento o protagonista coloca a seguinte frase, a primeira vista  insensata: "Já toquei isto amanhã" .
Aparentemente se trata apenas de uma frase sinônimo de uma insatisfação na boca do Parker....
Isto não reflete apenas a postura de um músico que não quer se repetir...ele vê que naquele momento, nem no passado, nem no presente, nem no futuro ele esta em condições de dar conta de todo o que ele vislumbra que tem que alcançar.
Parker tem consciência  para o que ele esta sendo chamado, Parker se motiva com esta ambição e seu som, sua música..ele é o Perseguidor de uma realidade superior, ele como artista busca transcender e não ficar no plano nem do conformismo, nem apenas da não-repetição ele reconhece que existe um outro lugar que ele deveria ocupar...
Assim Charlie Parker se transformou em apenas 15 anos de profissional no maior improvisador de todos tempo...
O protagonista despreparado para a vida "normal' (não consegui dar conta da sua casa, relações, compromissos) se redime com sua música e consegui atingir o topo da música  e  superar suas precariedades materiais com um talento que o eleva para o lugar dos grandes artistas da historia do Jazz.