quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Andel novo de novo

Sobre “os trechos dos livros que não foram escritos”.
Do alto do prefacio Marcelo Migliaccio anuncia que o texto de Paulo Roberto Andel poderia inspirar mais de 30 livros.
A leitura é amena e nas páginas encontramos um pouco de crônicas do cotidiano carioca, um pouco de crítica social, um pouco de Jack Kerouac, de Charles Mingus misturado com lindas garotas, bêbados, futebol , farofa de bacon, Na Ozzetti e papo de boteco.
A forma chama atenção e lembra o “jogo da amarelinha” de Cortázar; capítulos de uma frase e outros de três páginas se sucedem sem uma seqüência lógica.
Sou muito grato ao autor por ter dedicado um capítulo a minha pessoa; meu xará tricolor narra sua experiência ao assistir alguns shows que eu fiz, também descreve a cena do jazz contemporâneo na suas páginas; o mérito não é pequeno: muitos poucos escritores transitam pelo mundo musical.
Para finalizar cito alguns trechos de destaque artístico, falando da solidão: “Ela esta ai, como se quisesse te espionar”; ou quando fala sobre um olhar: “Eliane olhava para o mar como se estivesse procurando algo que nunca tinha achado antes”. Ou quando autor realiza uma “Pergunta crucial: O que você esta fazendo com o resto da sua morte”.
 O nome sugere algo que não esta e a inclusão da palavra “ainda” no título nos remete a um, além disso, algo que ira a existir.
Longa vida ao meu amigo Andel e a sua parceira literaria Amanda Rodrigues.