Frankenstein
Lá pelos anos 60, na minha mais remota infância (4 anos), os
filmes de terror me amedrontavam... confesso que os próprios cartazes produziam
fantasias esquizóides na tua cabeça... depois na pré-adolescência (aos 10)
comecei a me animar a ler revistas que incluíam cenas de terror e depois, por
fim (aos 12), assistir no cinema filmes de Drácula, de Frankenstein, de múmias,
monstros em geral...
Nunca, com alguma vocação perversa ou de necrofilia, apenas
para enfrentar aquele primeiro sentimento de medo que tive na infância e também
pelos climas de suspense que se criavam na minha frente onde tudo o que pudesse
acontecer sempre era desafiante.
Um tio meu (Julio Rutigliano) que conhecia técnicas de
maquiagem chegou a me fantasiar de Frankenstein nos anos 70 (aos 17) numa das
comemorações de Carnaval.
Tenho que confessar minha preferência pelos filmes de Frankenstein , lembro-me que os interpretes eram muito bons Boris Karloff (como mostro) Vincent Price (como o Doutor), Peter Lorre como um ajudante corcunda, ele era o coadjuvante mais perfeito que Hollywood acha criado.
Mais tarde Peter Cushing e Cristopher Lee encarnaram ao
mito.
Reconheço que estamos no patamar dos chamados filmes “B”,
filmes “pipoca” ou filmes apenas “entretenimento” que nos produze apenas
distração, mais pela calidez da lembrança e pela minha credulidade, na época,.
reconheço também que aquilo me produze até agora, verdadeiro fascino.
Depois (aos 23) quando comecei a estudar mais seriamente
literatura me detive a ler o livro original de Mary Shelley como algo que
pertencia aquele mundo cálido e ingênuo.
Ela não era uma eximia autora mais foi capaz de inaugurar um
mito, um personagem histórico fato que não é nada desprezível para o currículo
de um escritor.
O livro em questão tem um subtítulo sugestivo: “Frankenstein , O moderno Prometeu”.
Prometeu na tradição grega simboliza
aquele que adquiriu a ciência, o fogo, o poder divino,em outras palavras: o
conhecimento.
No conto, um
cientista, desafiando a imortalidade humana, cria um ser dotado de muita força
física mais com um aspecto aterrador, pela rejeição que produzia é condenado ao destino obscuro da solidão, .na tentativa de resolver seu
conflito. tenta convencer a seu criador a lê dar uma companheira para poder
compartilhar sua existência.
O homem na busca da sua plenitude, da sua completude.
Este é o tema, o
assunto do romance mais o fato é que isto se converteu em mito, assim como
Fausto é referencia, quando se fala sobre o tema de um homem vender a sua dignidade ou como o Quixote quando se cita alguém idealista de mais, do mesmo modo Frankenstein é um
mito na literatura no sentido de ser uma criatura que escapa do poder do seu
criador.
Na realidade este livro, que se converteu em lenda, surgiu numa noite
chuvosa um 16 de junho de 1816 na Alemanha. Encontraram-se arredor de una lareira,
conversando y bebendo vinho, Percy Bysshe Shelley (marido de Mary Shelley),
Lord Byron, Claire Clairmont (a mulher do poeta) e John W. Polidori, médico e
escritor. Ao parecer, em algum ponto de esse encontro, cada um dos concorrentes
assumiu o compromisso de escrever uma historia de terror. Fies ao acordo, cada qual
iniciou a sua. Mais, os únicos que concluíram foram Mary Shelley e Polidori,
quem depois publicaria o conto “O vampiro”..
Fala-se também que, essa noite, Mary Shelley teve um pesadelo no qual um estudante obsessivo com a criação de vida artificial acorda e contempla horrorizado á seu espantoso engendra. Á partir de esta horrível visão, a autora se abocou na construção da prometida narração de terror.
Fala-se também que, essa noite, Mary Shelley teve um pesadelo no qual um estudante obsessivo com a criação de vida artificial acorda e contempla horrorizado á seu espantoso engendra. Á partir de esta horrível visão, a autora se abocou na construção da prometida narração de terror.
Para
alguns, Frankenstein, o
moderno Prometeu é a primeira
obra de ciência ficção; para outros, é uma das grandes novelas góticas. Tem os
temas clássicos que inspiram todas as tragédias, os dois grandes mistérios
humanos: a morte e o amor.
É curioso observar como o que ficou na memória
(ver o cartaz) é um mostro que deambula pelas ruas trazendo inquietação às
pessoas.
Na realidade a criatura acorda pura e encontra
no seu percurso rejeição. Em duas ocasiões, na
ingenuidade de uma criança e na inocência de um cego é que encontra acolhida,
mais estas são interrompidas pela ameaça que sua imagem causa.
Quero deixar claro que a criatura em sim não
era mal, ou não tinha nenhum sentimento de
provocar dano ou dor a ninguém.
provocar dano ou dor a ninguém.
Apenas não tinha rumo,
era uma paria no mundo... a sua vida era marcada pelo desagrado, pela repulsa
que produzia nas pessoas.
Aqui nesta foto ele tentando um dialogo com
uma menina até que pessoas que presenciam a cena o afastam temendo que ele
pudesse fazer dano a criança.
Triste, condenado ao despreço pelo mundo todo a
criatura Frankenstein encara a seu criador e pede uma companheira, alguém com
que dividir sua vida...
O Doutor se nega a perpetuar o que para ele
foi um equivoco e o romance se despede deixando varias questões no ar.
É importante falar que no
imaginário de todo o mundo não passa pela cabeça um homem solitário, um homem
que procura apenas se aproximar das pessoas e que encontra rechaço e negação a
cada intento.
O mito, na
sua falta de integração procura uma saída e então decide procurar a seu criador
e pedir uma companheira..em poucas palavras uma: mulher.
Por isso é
que existem continuações fictícias da historia original como “A mulher de
Frankenstein” ou “A noiva de Frankenstein”..
Para
finalizar queria falar sobre o que o mito produziu na historia da humanidade em
termos de ficção, de imagens, de fantasias de desdobramentos gráficos, de
filmes comedias, desenhos....aqui me despido mostrando alguns cartazes da época.