A historia do pássaro que falava.
"não devemos deixar perpetuar nossas magoas"
Á muito tempo atrás vivia na cidade de Avitub uma princesa bela e honrada
chamada Alit Sagach, a sua vida transcorria de modo ameno
quando, de repente, sua tranqüilidade
foi interrompida por um fato inesperado, ela teve um sonho , no mínimo, curioso , nele aparecia a figura de um ancião que ponderava
claramente que ela deveria procurar o pássaro que falava.
No sonho a voz, inclusive,
descrevia com detalhes como teria que
fazer a viagem para conseguir o que ele
indicava; o ancião lhe sugeria que ela percorresse um caminho em direção
ao pôr do sol desde a saída da cidade e
andar durante 10 dias em linha reta até
que em um determinado momento, no meio
de um vale, se toparia com uma árvore embaixo da qual encontraria um monge que lhe indicaria os últimos passos que ela
teria que percorrer para encontrar o tal pássaro.
A princesa Alit Sagach estava acostumada a sonhos
que tivessem imagens desordenadas
ou situações que envolvessem pessoas do
seu mundo cotidiano mais este parecia um
sonho diferente, a princesa Alit ficou
completamente arrebatada por aquele presságio e pediu para seu séquito que
preparassem uma caravana para empreender uma viagem de 10 dias sem esclarecer para nenhum deles quais seriam os verdadeiros motivos que impulsionaram a
ação.
Dos dias depois de tomada a decisão saiu das portas da
cidade a princesa Alit, 10 escravas, 20 eunucos negros, 12 soldados da guarda imperial,
algumas pessoas que faziam parte da corte como conselheiros, astrônomos, mais de 40 camelos e dois falcões.
No derradeiro trecho da
caminhada, num lindo dia de outono, finalmente encontrou o vale , a árvore e o velho monge sentado no lugar como tinha sido indicado no presságio,
se apresentou e explicou para ele que tinha tido um sonho onde ela foi avisada
que encontraria uma pessoa embaixo de uma árvore e que esta pessoa lhe daria as coordenadas sobre o que fazer para encontrar o pássaro falante.
O monge se reconheceu
na historia e falou que o pássaro na realidade era o príncipe da Pérsia que
tinha sofrido um feitiço e que estava preso no corpo de uma ave que habitava
uma árvore branca que ficava no alto da
montanha.
Falou que uma mula indicaria o caminho até a vera da subida
e que depois ela teria que prosseguir sozinha para descer com o pássaro o
libera-lo do sortilégio e unir seu destino ao dele.
A princesa, ainda meio entorpecida pelos percursos da viagem
e pelo encontro com o ancião, olhou para os lados e deu de cara com a mula ,
ela e o animal se colocaram frente a
frente como se estivessem se entendendo....a
mula começou a andar em direção
de uma passagem que dava para o inicio da montanha, então a princesa a seguiu e em determinado ponto, embaixo de uma
ladeira íngreme a mula afasto-se como que indicando que a partir de ali a princesa Alit deveria
seguir sozinha o seu caminho.
A princesa subiu a encrespada ladeira e quando esteva na
cúspide encontrou finalmente a arvore
branca e ali mesmo estava o pássaro que falava.
O encontro dos dois foi algo muito belo, apenas se
descobrindo no começo mas já sabendo já
que teriam toda uma historia pela frente que estava se iniciando em aquele instante com
aqueles primeiros olhares.
O pássaro falou com ela: Olá , você sabe quem eu sou?
Ela: Sim, o príncipe da Pérsia que por culpa de uma magia
estás num corpo de pássaro.
Ele: Sim, exatamente, nunca antes tinha visto uma mulher tão bonita como sua majestade.
Ela: obrigado, sou a princesa Alit moro na cidade de
Avitub há 10 dias daqui, teve um sonho e vim para resgata-lo.
Vamos sair daqui então, falou ele, me leva contigo por favor.
A princesa e o pássaro desceram da montanha e a mula que
estava aguardando os guiou até a árvore onde já não tinha mais o monge (tal vez
porque seu propósito no mundo tivesse chegado ao fim).
Os dois voltaram sozinhos até a cidade e já no palácio foram
recebidos com muito carinho e preocupação por todo o pessoal da corte que não
tinham noticias a mais de 20 dias.
A princesa Alit, contou as penúrias da viagem e como
conseguiu se superar para voltar com o pássaro falante e cumprir a sua missão .
Fizeram todas as cerimônias fúnebres para despedir-se de todas
as pessoas mortas que tinham participado da caravana e depois de quatro dias de
luto oficial a cidade começou a retomar seu ritmo normal.
A princesa levou o pássaro para morar no seu próprio aposento
e depois de se reabastecer durante alguns dias pela extenuante viagem que sofreram, pássaro e princesa começaram a conviver em paz como se fossem velhos amigos.
Comiam juntos, comentavam assuntos sobre suas vidas íntimas
até que cada um começou a mostrar seus
humores e sua forma de ser .
A princesa não sabia a quem recorrer para poder tirar o
feitiço do príncipe e transformá-lo de novo em homem mas por enquanto
conviviam juntos ele como pássaro e ela como donzela aprendendo a gostar um do outro.
Ela era doce e ao mesmo tempo tinha um temperamento violento,
contava com toda a paciência e amabilidade do mundo com todos mas preservava uma
sala de tortura no porão do palácio onde castigava cruelmente aos que teimassem, então ela dizia : faço isto para ver se entendem de uma vez!
O príncipe da Pérsia era de um espírito jocoso , burlesco,
brincalhão ...uma manhã ele, escondido detrás de uma folhagem, imitou uma voz rouca e se fez passar por um
asno que passava , então a princesa por um instante
pensou que o asno falava com ela...momentos depois ele cometeu uma gafe , foi
descoberto despertando a fúria dela e a
vontade de castigá-lo.
O episodio foi esquecido mas a princesa guardou mágoa e rancor
por conta de se sentir burlada pelo príncipe.
Meses depois ele escondido detrás de um cortina do no quarto,
impostando uma voz diferente a fez acreditar que estivesse escutando uma mensagem do alem então ,
ela conversou durante longo tempo com o que parecia um duende ou uma assombração.
A princesa acreditou
na presença de um espectro e discorreu com ele durante longas horas, então ele aos
poucos foi ganhando a confiança dela e foi induzindo a acreditar que fosse um
amante fantasma que a estava seduzindo. Quando ela descobriu o engano ficou
furiosa e perseguiu ao pássaro pelo palácio inteiro para lhe dar uma surra.
O pássaro esteve de castigo durante uma longa quarentena e a
princesa sem saber como lidar com aquele personagem querido e detestado
, ao mesmo tempo, continuou o perdoando e acumulando aversão aos disfarces e a esse lado trapaceiro que tinha o príncipe da Pérsia .
Os ânimos se acalmaram, a princesa Alit Sagach e o pássaro passaram a conviver em harmonia
e ternura.
Ele cantava pra ela e todos os pássaros da região acudiam a
escutar os trinos musicais do príncipe que começava no por do sol e continuava
pela noite adentro alegrando os jardins do palácio como se fosse um aroma suave
que impregnasse de beleza todo o ambiente.
A vida continuava normalmente no palácio até que um touro
falador entrou em cena; não se sabe de onde surgiu mais conseguiu entrar no palácio,
colocar a cabeça na janela do quarto da princesa e se dirigindo a ela lhe propôs amizade.
A princesa aceitou, embora sempre com reservas, a relação
de afeição com o touro foi ganhando intimidade até que no primeiro desentendimento ela achou que se tratava
de novo de um outro truque do pássaro e lembrando de todo seu ódio acumulado partiu
pra cima dele com uma faca na mão para matar ao príncipe e dar um ponto final em suas iniquidades .
Primeiro final.
A princesa irada o cercou e acabou acertando o coração da ave com a ponta
fina de um punhal, brotando sangue do peito do pássaro e na hora seu corpo mudou
para o do príncipe aparecendo, de repente, na sua frente, a figura esbelta de um jovem
angelical.
O príncipe da Pérsia se contorceu todo e acabou morrendo na
frente da princesa com as duas mãos no peito segurando o punhal assassino que
tinha acabado com sua vida.
A princesa afastou-se da cena do crime e acabou se
amaldiçoando quando o touro apareceu comentando o ocorrido.
Tarde demais Alit Sagach descobriu que o pássaro tinha sido trucidado por engano.
De algum modo a profecia do monge se realizou e os seus destinos se uniram. Ela se desfez do touro e deu uma solene cerimônia de despedida ao amado pássaro-príncipe sempre suspeito e eternamente lembrado na memoria da princesa.
Um tumulo e uma esfinge com a figura de um príncipe alado foi construída nos jardins do palácio e a historia do pássaro que falava foi uma das mais lembradas até hoje por todos os habitantes da cidade de Avitub.
Tarde demais Alit Sagach descobriu que o pássaro tinha sido trucidado por engano.
De algum modo a profecia do monge se realizou e os seus destinos se uniram. Ela se desfez do touro e deu uma solene cerimônia de despedida ao amado pássaro-príncipe sempre suspeito e eternamente lembrado na memoria da princesa.
Um tumulo e uma esfinge com a figura de um príncipe alado foi construída nos jardins do palácio e a historia do pássaro que falava foi uma das mais lembradas até hoje por todos os habitantes da cidade de Avitub.
Segundo Final.
Deteve-se a tempo de não cometer um ato definitivo do qual
poderia arrepender-se respirou fundo, de um passo atrás, expulsou ao touro dos
jardins do palácio e deixou ao pássaro numa gaiola isolado durante três semanas
de castigo ainda sem saber identificar se o episódio foi real ou fictício.
O tempo que sempre é generoso com nosso passado, acabou dissolvendo
a magoa e com passar dos dias o ressentimento deu lugar as saudades; a princesa
Alit lembrou dos momentos prósperos, das canções que o pássaro-príncipe cantava
pra ela, das tantas luas diáfanas que os iluminaram; não o absolveu pela perversidades que cometeu mais sim pelos atos suspeitos dos quais fora incriminado. Como gesto de reconciliação a princesa Alit tirou o pássaro da gaiola o beijou e de repente, frente a seus olhos, a ave se converteu na figura esbelta do príncipe da Síria, , reinaram felizes no palácio conquistando a alegria grata e silenciosa da qual usufruem os seres que se amam quando unem seus destinos.
Adorei o nome da sua princesa!! Rsrs
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