segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

A grande Arvore.
                                                        “adonde van los pájaros perdidos”.
                                                                                                                                Mario Trejo

Nos anos de 1500 (acredito eu) no estado de Anarap , numa aldeia chamada Iavi,  não muito perto  da  barulhenta cidade  de  Abitiruc , morava uma linda moça que  durante as tardes  sabia frequentar um  esplêndido vale.
Estando naquele prado de ervas e de pássaros silvestres aliviava seu coração e se entregava a descansar placidamente recostada num único arvore colossal que reinava soberano naquele vazio de aromas e de prazeres singelos.
A tarde serena foi testemunha das duas presenças; ela bela, sorridente, plena e ao seu lado uma arvore frondosa, verde, viva que imperava intensa no centro daquele paraíso inabitado.
Durante anos e anos ela descia ao vale sozinha para se recostar feliz na sombra daquela arvore generosa e assim contemplar distraída  o decair da tarde ...ocorreu deste modo durante muito tempo até que um dia , um entre tantos outros, ela escuta uma voz  saindo do nada, uma voz límpida tentando falar com ela... Olha para todos os lados, não tinha ninguém mais que ela e a arvore na vastidão daquele horizonte... a sua primeira reação foi de medo  e de assombro.
A voz a chamou pelo seu nome, “Edeila!”, Perguntou uma vez, “Edeila!” Perguntou duas, a terceira ela respondeu, “quem é você? Porque não aparece para que eu possa perder o susto que estou sentindo e poder te responder? Como sabe meu nome?”.
A voz falou, “sou a própria alma da arvore que tantas vezes te acolheu”... Ela surpresa frente ao fenômeno que se apresentava ficou emudecida numa mistura de assombro e de receio...
“Vou me apresentar, mais antes (prosseguiu a Arvore), olha detrás de ti, tenta achar uma argola”, ela olhou entre as raízes da magnífica arvore e encontra uma argola de metal pesado que nunca tinha estado ai nesse tempo todo.
“Encontrei ela (diz Edeila) e agora que tenho que fazer?”
A grande Arvore respondeu, “puxa da argola e entra no palácio”... Edeila puxou da argola e imediatamente  se abriu uma tampa de madeira maciça que introduzia para o inicio de uma escada, Edeila desceu os degraus quando seus olhos assistiram a um espetáculo que ela nunca tinha visto na sua vida.
Edeila se viu numa casa real, que não parecia ter sido edificada pelas mãos humanas, a casa na realidade era um palácio tão opulento e magnífico como jamais ela poderia ter imaginado, o teto era de madeira de cedro e de marfim maravilhosamente esculpido com detalhes em ouro puro, nas paredes mosaicos com desenhos de animais em prata e pedras preciosas, o piso de um mármore imaculado.  A beleza arrebatadora do palácio deixou a Edeila sem saber por onde começar a apreciar porque a cada momento surgiam mais e mais imagens majestosas, o ambiente parecia brilhar pelo resplendor que surgia do ouro, da prata e da luminosidade das pedras.
Com um pouco de ousadia entrou  no umbral do palácio até que familiarizada aos poucos com a vastidão dos corredores e dos tesouros que ai se encontrava foi se sentindo mais confiante até que, em um determinado momento, o silencio foi interrompido por uma voz sem corpo que diz,
«¿Por que te espantas, com tantas riquezas? , (a Arvore continua), “estou aqui para que me conheças e ao mesmo tempo para tentar retribuir à companhia que me faz todas as tardes te presenteando com a realização de um pedido”.  Edielc voltando em sim, sem especular entre escolhas de tesouros ou de outra natureza responde de forma categórica, “meu pedido? quero conhecer um homem especial!”.
A Arvore falou “para isso preciso que você declare voto de fidelidade, de carinho e que me prometa que vai ser leal até o final com ele para assim eu poder te colocar este homem do teu lado”.
 Edeila aceito o acordo com a Arvore e acolheu o voto de manter de fidelidade e as mostras de afeição se de verdade fosse colocado na sua vida um homem realmente especial.
A Arvore respondeu “ele vai te conhecer acidentalmente e aos poucos vai tentar se aproximar, aceita ele num primeiro momento, se afasta depois e me conta”.
A Arvore pareceu se dirigir a algumas pessoas do seu serviço no palácio e ordenou, por favor, preparem duas aves nobres para o jantar mais só serve quando eu te indicar.

                                                           -0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-

Dias depois ela voltou a se comunicar com a Arvore, abriu novamente a porta da argola, entrou de novo no palácio e falou ao esmo “ele me encontro, quis se aproximar de forma um pouco impudica mais depois conseguimos nos achegar melhor, penso que as alternativas são favoráveis”..
A Arvore falou “Ele agora vai resistir teu amor mais você aos poucos vai conquistar o amor dele”.
Ela falou, “vou amar ele e mostrar que podemos ser felizes, estou certa de que vamos ficar juntos”.
Os dias passaram, o vale estava lindo, nele pássaros raros mostravam seus trinos ao céu, as cigarras realizavam um coral de sons díspares, as nuances de verdes aqueciam  um cenário esplêndido donde tudo era alegria e onde flutuava no ar a voz íntima de Edeila murmurando no ouvido do seu amado, “sente...me sentes? sou tua meu Amor, sou  toda tua”.
Assim  Edeila seu homem especial passaram dias e noites felizes se amando apaixonadamente, escutando musicas fabulosas, olhando divinas imagens, se enchendo de carinhos e de beijos embaixo dos cuidados do Deus Cupido, até que meses depois do primeiro encontro a nuvem negra da dúvida  e do desejo cobiçoso sepultou sua flecha envenenada no  coração  dela e a partir desse momento começou a ser vivida uma realidade algo diferente ... passaram semanas de desconforto e Edeila apresentou-se ante a grande Arvore  falando, “Oh, grande Arvore queria te confessar algo, não sei o que esta acontecendo comigo mais estou confusa, acho que estou com medo de amar”.
A Arvore respondeu, “para de ser medrosa, o amor só se dá nas pessoas que tem a coragem deixa o tempo decidir o teu destino, nada teme”.
Ela respondeu , “não consigo, sinto que fico muito amedrontada tenho medo de perder-lo”.
A Arvore diz, “mais não estamos ante a iminência de um epílogo, de onde surge isto agora?”.
Ela respondeu, “Sabe, ele mora longe, é muito diferente de mim e inclusive tem outras coisas”.
“ Você sabia disso desde o começo ademais que more longe,   não é  um impedimento para o amor,  em relação a que são desiguais, posso te segurar que as diferenças alimentam o universo individual das pessoas, mais, me conta quais são as outras coisas que estão te fazendo  sentir vontade de deixá-lo ?” perguntou a Arvore.
“Ele usa mascaras e disfarces” ela respondeu.
A Arvore diz, “pode ser que queira te colocar a prova ou que queira obter alguma informação que seguramente você não iria a confessar por própria iniciativa, no essencial ele foi integro e sincero com você”.
“Sim ele foi mais sabe, ele falou pra mim que se eu quiser posso ir embora, o achei rude” diz Edeila
A grande Arvore respondeu, “pode ser que ele se sinta ameaçado e queira desfazer uma chantagem com essa resposta”.
Primeiro Final 
Ela , perguntou de novo, me fala Grande Arvore ele me convidou para um encontro derradeiro, que debo fazer?
A Grande Arvore respondeu, "teu coração manda". 
Edeila falou "vou dar uma chance pra esse moço, gosto dele".
Nesse preciso momento, as luzes ascenderam a grande Arvore fez um sinal para seus mordomos servirem um jantar para três agora, o Homem Especial entrou na Grande Arvore. e sentou na mesa,
A linda moça parece ter acordado de uns instantes de sonolência na primeira tarde que conheceu a grande Arvore do vale.
Segundo Final 
Ela , usando um tom distante  falou por última vez “para mim morreu, eu quero esquecer-lo, seduzir outros homens, quero paquerar, quero que  me esqueça...Le falo mais , por mim,  se for preciso que leve até choque para ver se  acorda ..quero que me deixe em paz, que abra os olhos ...Ficou claro?”.

Nesse preciso momento, as luzes se apagaram, a grande Arvore fez um sinal para seus mordomos servirem o jantar apenas pra ele, o palácio desapareceu e a linda moça parecia ter acordado de uns instantes de sonolência na primeira tarde que conheceu a grande Arvore do vale. 


Roberto Rutigliano, verão de 2015

5 comentários: